Com o plantio oficialmente aberto, o Rio Grande do Sul cultiva a safra de soja 2022/2023 com alguns ingredientes específicos. O primeiro deles é o da retomada. A expectativa é de que os produtores não só recuperem, como também ampliem a produção para a marca de 21,61 milhões de toneladas. Um grande salto sobre as 9,11 milhões de toneladas colhidas em 2022 frente à prolongada estiagem.
E se o tempo não pode ser controlado, o manejo adequado e o uso da tecnologia são insumos à disposição do produtor. Presidente da Aprosoja-RS, Carlos Fauth estima que o agricultor não vai “tirar o pé nos tratos culturais”. Ou seja, investirá para a lavoura ter a melhor condição possível.
Os fertilizantes, que foram às alturas logo depois da invasão russa na Ucrânia, engatam três meses seguidos de queda no preço. Movimento que pode aliviar o custo para quem comprar perto da safra.
Por outro lado, uma importante ferramenta para mitigar riscos climáticos, o seguro rural ficou mais caro. Reflexo da grande demanda por acesso ao seguro. Elmar Konrad, vice-presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), pontua que os seguros foram acionados “praticamente na integralidade” e ajudaram a evitar impacto financeiro maior.
— Isso criou um problema para este ano. Além de aumentar valores, diminuiu o nível de cobertura. É uma preocupação, porque o seguro não estabiliza só o produtor, mas a economia do município, do Estado — avalia.
Também no radar está o prognóstico de La Niña, com potencial redução de chuva na primavera. O temor só não é maior, por ora, porque se chover em janeiro e fevereiro, o fantasma da perda tende a desaparecer.