Foi a redução na estimativa para a colheita de soja nos Estados Unidos que puxou para cima as cotações do grão na Bolsa de Chicago na quarta-feira (12). Contratos com vencimento para o mês de novembro fecharam com alta de 1,44%, a US$ 13,96 o bushel (medida equivalente a 27,12 quilos). Nos que vencem em 2023, os valores ficaram acima dos US$ 14. O movimento tem relação direta com a divulgação, nesta quarta, do relatório de oferta e demanda do USDA (sigla em inglês para o Departamento de Agricultura americano).
O órgão revisou para baixo, pelo segundo mês consecutivo, a estimativa do volume a ser colhido no ciclo 2022/2023. Conforme a consultoria Safras & Mercado, o relatório de outubro indicou uma colheita de 117,38 milhões de toneladas – abaixo das 119,15 milhões de toneladas apontadas em setembro. Também ficaram aquém das expectativas do mercado.
Analista de mercado da Grão Direto, Ruan Sene pondera que, apesar do momento delicado, em um contexto mais amplo, mantêm-se as boas expectativas para a safra 2022/2023, principalmente se consideradas as projeções para o grão na América do Sul.
— Isso deve continuar pressionando as cotações de Chicago para baixo ao longo das próximas semanas, enquanto o mercado permanece atento ao plantio no Brasil, Argentina e Paraguai. Apesar do preço da soja estar subindo neste momento, acredito que não seja um movimento duradouro — completa o analista.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam colheita de soja de 152,4 milhões de toneladas. No Estado, onde o plantio está começando, a perspectiva é de recomposição, após a estiagem, e de novo recorde, com volume estimado em 21,61 milhões de toneladas.