Teve mudança de posição entre os principais destinos das exportações brasileiras de frango no mês de julho. A usual líder China ficou um passinho atrás dos Emirados Árabes Unidos, que fechou o mês com 37, 8 mil toneladas compradas, o que representa um aumento de 11% em relação a igual mês do ano passado. Os chineses chegaram em segundo, com 37, 5 mil toneladas, queda de 40,5% em igual comparação. Na sequência, veio a Arábia Saudita, retomando o patamar tradicional – e que sofreu impacto da suspensão de frigoríficos em maio de 2021.
– Historicamente, os Emirados Árabes estiveram entre os cinco maiores compradores. Sempre foi um mercado importante. Você vai ao supermercado lá e vê a quantidade de produto brasileiro chegando na gôndola – observa Luís Rua, diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Além disso, o destino é considerado um hub para outros locais próximos. O apetite revigorado, explica Rua, reflete uma retomada, depois de uma redução em meio à pandemia, mas também um crescimento real:
– Agora, além de voltar à média mensal, estão comprando até um pouco mais.
No desempenho de julho destinos como Filipinas (+16,1%), Coreia do Sul (+79,4%) e Singapura (+93,2%), chamam a atenção pelo crescimento percentual.
No acumulado do ano, a China se mantém como principal destino da carne de frango, com 331,47 mil toneladas. No total, o Brasil exportou, de janeiro a julho, 2,83 milhões de toneladas da proteína, acréscimo de 6% sobre o mesmo intervalo do ano passado. Em receita, a expansão é ainda maior, com US$ 5,62 bilhões, 33,3% acima.
– A expectativa, no geral, é de que as exportações fiquem acima das 400 mil toneladas mensais até o fim do ano – projeta Ricardo Santin, o presidente da ABPA.
A representatividade da Ásia, tanto nos embarques de frango quanto nos de suínos, tende a se manter no horizonte dos negócios brasileiros.
O diretor de mercados da ABPA pontua que o continente reúne um conjunto de ingredientes para sustentar essa demanda: concentração de população, com grande parcela de jovens e avanços de urbanização. Ano a ano, a região vem galgando espaço entre os maiores compradores.