Com quantos ovos você passa o seu dia? Pelos dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo anual per capita vem em uma crescente na última década. Para 2021, a expectativa é de que se chegue a 255 unidades por habitante, alta de 1,5% sobre 2020. Ritmo que deve se manter em 2022, para quando se projetam 262 unidades, avanço de 2,5% sobre este ano.
– A avaliação do comportamento do consumo em 2021 ao longo dos meses mostra o impacto dos programas de apoio para o acesso da população às proteínas de aves, suínos e ovos. Esse é um dos fatores que deve manter os níveis de consumo no próximo ano – ponderou Ricardo Santin, presidente da ABPA, sobre os benefícios voltados à garantia de renda mínima.
Na estimativa da entidade, a produção, de 54,5 bilhões de unidades, e o consumo per capita deste ano são recordes históricos para o ovo. As exportações devem fechar com 10,2 mil toneladas, o que representa um aumento de quase 53% sobre 2020.
No Rio Grande do Sul, o consumo de ovo per capita é ainda maior do que o da média nacional. Em 2018, data do último levantamento, realizado já somava 257 unidades (mais do que fechará o Brasil neste ano). José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), avalia que, de lá para cá, o apetite seguiu crescendo. A estimativa é de que fique entre 268 e 270 unidades por habitantes em 2021, o que representa alta de até 4,5% sobre o último dado oficial.
– Sempre esteve à frente da média brasileira, até pelo trabalho de marketing e promoção através do programa Ovos RS – pontua Santos.
Mesmo com os prognósticos e o histórico positivo, o dirigente avalia que há espaço para crescer à mesa. Se dividida pelo número de dias do ano, a média por brasileiro é inferior a uma unidade. Nos últimos anos, o consumo tem sido favorecido. Um dos fatores é a versatilidade do ovo, que pode ser usado também como matéria-prima para a produção de outros alimentos. Outro é o preço mais acessível, quando comparado a outras proteínas.
Na produção, majoritariamente destinada ao mercado interno, o custo de produção tem sido um desafio, visto que as galinhas poedeiras (que põem ovos) também têm no milho um importante insumo da alimentação.
– O setor de ovos não está trabalhando com margem nenhuma, pelo contrário, em algumas situações até com prejuízo – pontua Santos.