Com 60% das galinhas poedeiras já criadas livres, a Ovos Filippsen, de Morro Reuter, no Vale do Sinos, é a primeira granja gaúcha comprometida a eliminar totalmente a produção com gaiolas até 2028. O acordo será formalizado nesta sexta-feira (4) com a Animal Equality, organização internacional de proteção animal.
— Queremos nos comprometer com o consumidor, mostrar que estamos trabalhando com este pensamento que vem há muito tempo de países da Europa — explica Raul Filippsen, diretor de produção da empresa, que aloja aproximadamente 250 mil aves e fornece para cerca de mil pontos de venda na Região Sul.
A eliminação gradual das gaiolas busca atender a demanda dos consumidores de conhecer a origem dos alimentos e de se preocupar com o bem-estar animal. Empresas como Carrefour, Zaffari, Walmart, Bauducco e Bunge se comprometeram a banir as gaiolas de suas cadeiras de fornecedores na próxima década.
— Estudos mostram que as galinhas são criaturas sociais, sensíveis e muito inteligentes. No entanto, são forçadas a viver espremidas junto com outras aves em gaiolas, sem espaço para andar, ciscar, tomar banho de areia ou abrir suas asas — ressalta Taís Toledo, gerente de responsabilidade social corporativa da Animal Equality Brasil.
Segundo a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), do total de ovos produzidos no Brasil, de 2% a 3% resultam de criações livres. Para o diretor-executivo da entidade, Eduardo Santos, ainda é cedo para afirmar que o país eliminará por completo a utilização de gaiolas. Um dos obstáculos é o custo de produção mais alto em comparação ao modelo convencional:
— O bem-estar animal tem que estar presente em todos sistemas de produção, seja em gaiola, livre ou orgânico.
Colaborou Leticia Szczesny
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