Diante da conjuntura que deixou os preços das carnes mais salgados, outra proteína ganhou espaço à mesa. O argumento financeiro reforçou o ovo como alternativa de consumo. Balanços apresentados nos últimos dias mostram que produção e consumo desse item cresceram ao longo de 2019. Segundo o IBGE, o produção no terceiro trimestre atingiu o maior patamar em 32 anos em um período de três meses. Chegou a 964,89 milhões de dúzias, alta de 0,7%sobre o trimestre anterior.
— O terceiro trimestre apresentou um acréscimo nas exportações de carne bovina em relação ao segundo, o que acaba tendo efeito no preço da carne e levando a população a fazer substituições, aumentando a demanda pelo ovo — afirmou Bernardo Viscardi, pesquisador do IBGE.
Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que a produção deverá crescer 10% no ano, somando 49 bilhões de ovos, e o consumo per capita, 9%, ficando em 230 unidades, ante 212 unidades em 2018. Mas a entidade pondera que o preço das carnes não pode ser apontado como determinante para o avanço.
— Pode ter um pouco de relação agora no final. Mas se descobriu que o ovo é bom. O efeito do preço ajuda, mas não foi o que levou a todo esse crescimento — avalia Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA.
O executivo tem razão. Depois de ser apontado como vilão para a saúde, o ovo foi absolvido e voltou a ocupar espaço à mesa. Campanhas de incentivo ao consumo vêm sendo feitas. No Rio Grande do Sul, que tem consumo anual per capita de 253 unidades, o programa Ovos RS chegou à 7ª edição.
Mas também é fato que na escala que relaciona proteínas e renda, o ovo está na base. É seguido por frango, suíno, dianteiro e traseiro bovino. São alternados de acordo com a preferência, mas também com o bolso do consumidor brasileiro.
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