Os números apresentados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) não deixam dúvidas: 2019 foi o ano da China. O país asiático foi o principal destino dos produtos do Brasil, respondeu por 14% do total embarcado de carne de frango e por 32,7% de carne suína. E as projeções da entidade apontam que continuará ocupando espaço significativo nos próximos anos.
Até novembro, a quantidade de frango enviada era 28% maior do que em igual período do ano passado. Para os suínos, o volume cresceu 51%.
— Ninguém desbanca os chineses nos próximos dois anos. A crise causada pela peste suína africana vai se prorrogar na Ásia. Neste ano, ainda havia matrizes para serem abatidas, o que não ocorrerá no próximo — pondera Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA, lembrando que a recomposição do rebanho deve demorar entre três e cinco anos.
Com o apetite chinês, o resultado deste ano aponta para crescimento de 2,4% nas exportações de frango (até novembro, somava 2%). Em 2020, a perspectiva é crescer ainda mais: 7%. Nos suínos, o salto em 2019 foi de 14,5% e deverá ficar entre 15% e 20%. A receita também acumula alta. A grande procura também valoriza o produto dentro do Brasil.
— Há uma disputa entre mercado interno e externo — observa Santin.
O Brasil tem hoje 46 frigoríficos de aves e 16 de suínos (sendo oito no Rio Grande do Sul) com aval para exportar à China. Santin, que assumirá o comando da ABPA em abril do ano que vem, lembra que é preciso aproveitar para buscar melhorar a competitividade brasileira — o Brasil é hoje o maior exportador mundial de frango e quarto de suíno.
— O momento é muito importante para nós. Traçamos estratégia para encarar o futuro, aproveitar a oportunidade. Temos de usar esse espaço e ampliar a fatia de mercado — reforça Francisco Turra, presidente da ABPA.
Ele lembra que o Rio Grande do Sul também está "bem na foto", com o bom momento das exportações estimulando investimentos das indústrias. É o caso da cooperativa Dália, que inaugura nesta sexta-feira (13), unidade para abate de frangos em Arroio do Meio, no Vale do Taquari.
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