Natural de Marau, terra natal também do atual presidente, o advogado e mestre em Ciências Políticas, Ricardo Santin, 52 anos, foi escolhido na quinta-feira (5) para o comando da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Foi eleito por unamidade do conselho diretivo, após processo seletivo com 25 candidatos. Atual CEO da entidade, substituirá o ex-ministro Francisco Turra na presidência executiva, a partir de abril do próximo ano. Os dois têm parceria de longa data: atuaram juntos no Ministério da Agricultura, e desde 2007 no setor de aves, posteriormente unificado ao de suínos. Ele conversou com a coluna sobre os desafios do cargo. Confira trechos.
Quais os desafios do setor?
É aumentar rentabilidade e competitividade. Aproveitar a oportunidade com a Ásia buscando mais nosso produto e consolidar a condição de grande produtor e maior exportador. Tivemos uma janela dessa quando houve influenza aviária em outros países, e o Brasil virou maior exportador mundial de frango. Agora, temos de dar salto de qualidade, fazer o setor mais competitivo, porque os concorrentes também estão querendo crescer.
A demanda chinesa é um dos fatores que alimenta a alta da carne. Há limite para avanço de preço?
O limite sempre é dado pelo poder de compra do consumidor. Lógico, há também a paridade de exportação no porto. Não faltará carne de frango e suíno. Mas é fato que nesses meses de festas, de final de ano, teremos pressão mais forte. Há procura maior também no mercado externo: 2% maior nas aves e nos 14% suínos. A tendência é de pico maior de preços agora e ajustes para ano que vem, mas não serão aos patamares históricos. Vai subir a escada um pouco mais, volta, mas não ao degrau que estava antes. Temos custo de produção do milho, nem temos condições de voltar ao preço que era antes.
Qual o peso do mercado doméstico?
Nas aves, 70% da produção é para o mercado interno. No caso dos suínos, 85%. O principal cliente do Brasil é o consumidor brasileiro. E o setor é consciente disso.
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