Natural de Marau, no Norte, Francisco Turra, 77 anos, virou referência ao longo de 20 anos de atuação no setor. Formado em Direito e em Comunicação, foi, entre outros cargos, ministro da Agricultura, e há 12 anos atua como representante na avicultura. E, em 2014, assumiu o comando da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Depois de sucessivos mandatos, anuncia que deixará a presidência em abril de 2020, quando a entidade escolhe nova diretoria. Em conversa com a coluna, explica por que tomou a decisão. Confira trechos da entrevista.
Por que tomou a decisão de deixar o cargo que ocupa?
Estou há 20 anos fora de casa. Foram oito em Brasília, mais 12 na presidência das entidades (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos , União Brasileira de Avicultura, depois a Associação Brasileira de Proteína Animal). Minha família se divida entre Porto Alegre, Marau. Depois, tive um problema de saúde e entendi que precisava diminuir o ritmo. Não ficarei totalmente fora. Serei presidente do conselho consultivo e também farei consultorias.
Quais as principais conquistas no período de atuação?
Ampliamos o número de associados de 23 para 140. Também houve a abertura de 15 mercados novos, entre os quais China e Índia. Outro feito muito importante foi a mudança no sistema para ter acesso às cota de vendas da União Europeia. Tem ainda a desoneração da folha de aves e suínos. A ABPA ficou uma entidade muito respeitada, com união muito grande. Fomos sempre muito transparentes.
Quais desafios permanecem para a indústria de proteína animal brasileira?
O maior desafio é aproveitar este momento em que há influenza aviária em vários países do mundo, e no Brasil, não. A grande briga é pela biosseguridade. Não abrir mão de cumprir regulamentos internacionais. Não pode haver, jamais, descuido. A Carne Fraca teve erro no forma de divulgação, mas não pode haver nenhum grupo pequeno que cometa equívocos. Porque houve prejuízo para um setor inteiro. Não tem espaço para erro.
E qual o tamanho do setor?
Exportamos US$ 9 bilhões, entre aves e suínos. Temos 4,1 milhões de empregos diretos e indiretos e um PIB de US$ 100 bilhões. Somos o segundo maior produtor de aves, depois dos Estados Unidos. Em suínos, somos o quarto. Mas ocupamos a posição de primeiro exportador de carne de aves do mundo, quarto de carne suína. E o setor de ovos vai crescer muito. Está ampliando 10% por ano.
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