Os resultados das exportações de aves do Brasil no primeiro semestre não deixam dúvidas: o apetite chinês ficou ainda maior. O volume de compras do país asiático, no caso do frango, foi 22,6% superior a igual período do ano passado.
— Em decorrência da crise causada pelos casos de peste suína africana, é normal esse aumento. Esses números são muito bons, mas para aproveitar todo o potencial, resta fazer as novas habilitações de frigoríficos para a China — observa Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Existe a perspectiva de que vistoria virtual seja feita na próxima semana. Por enquanto, não há, no entanto, sinalização de quando as novas autorizações sairão, mas o assunto foi pauta de recente missão da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para a China. A coluna apurou que o país asiático vem buscando avançar na elaboração de protocolos que permitam o uso de ferramentas como o aplicativo WeChat para driblar a complicada logística envolvendo as duas partes interessadas.
Além do desempenho chinês, outros destinos também tiveram participação positiva. É o caso da União Europeia, que ampliou em 21% a quantidade de frango comprada do Brasil no primeiro semestre. Com o acordo firmado pelo bloco com o Mercosul, após 20 anos de negociação, as projeções para o futuro ficam ainda mais otimistas. Outro destaque veio dos Emirados Árabes Unidos, que elevaram suas compras em 35,7%. Nesse caso, a elevação reflete base de comparação e redirecionamento de parte das cargas que iam para a Arábia Saudita.
— Houve elevação nas compras de quase todos os grandes importadores, o que gerou uma corrente positiva de exportações. O contexto internacional de alta demanda por proteína é sentido nos mais diversos mercados — reforça Turra.
No total, de janeiro a junho, o Brasil embarcou 2,04 milhões de toneladas de frango, o que representa elevação de 11,4%. Em receita, a alta foi de 14,9%.
Olhando somente para o mês de junho, o avanço é de 64% em quantidade e de 76,6% no faturamento.