O Ministério da Agricultura dará início no próximo dia 9 a uma missão que percorrerá quatro países da Ásia, entre os quais a China. Mas, antes do embarque, precisou fazer uma parada estratégica, para tentar colocar um ponto final na polêmica levantada pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
A entidade afirmou que a nova lista de unidades a serem habilitadas para exportar carne à China privilegiava grandes empresas, como JBS e Minerva, por incluir como critério que tenham aval também para a União Europeia (UE).
— A nova exigência é muito estranha, porque não consta do protocolo existente entre o governo brasileiro e o governo chinês para a habilitação de exportadores. Contraria frontalmente o discurso de que democratizaria e criaria maiores oportunidades para empresas de médio porte exportarem para os chineses — afirmou Péricles Salazar, presidente da Abrafrigo.
O ministério realizou na quinta-feira (2) reunião em que tratou do assunto. Em nota, explicou que a ordem de entrega da documentação, com prioridade às credenciadas para a UE, segue solicitação feita pela General Administration of Customs People´s Republic of China e comunicada às empresas do setor.
Acrescentou que a pasta “trabalha pensando no interesse nacional e não no de empresas específicas, sejam elas pequenas, médias ou grandes” e que aquelas que cumprirem os requisitos sanitários “serão objeto de negociação com autoridades chinesas com vistas à eventual habilitação”. Finalizou afirmando que “manifestações feitas por associações sobre o assunto refletem interesses específicos e devem ser entendidas dessa forma”. Resta saber se foi suficiente para tirar o boi na linha da comunicação.