Conquistar espaços ainda fechados e ampliar o leque em terrenos onde a produção agropecuária brasileira já entra. Esses são os principais objetivos da missão brasileira que chega nesta semana à Àsia. Capitaneada pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a comitiva terá 98 pessoas. Além de representantes da pasta, também viajam políticos, empresários e representantes de entidades ligadas ao agronegócio. É o caso do presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e diretor de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Gedeão Pereira, que integrará a comitiva.
— Vou ao Japão, que está ávido por nossos relatórios para abrir mercado para nossa carne in natura. Depois irei ao Vietnã, que tem interesse em frutas, gado em pé, soja e milho — exemplificou Tereza Cristina, ao pontuar alguns dos propósitos da viagem.
Além do Japão, primeira parada, o grupo passará por China, Vietnã e Indonésia, onde encerra o roteiro. Pelo peso que têm no cenário mundial, os chineses, claro, serão foco especial de atenção, principalmente diante da conjuntura local.
Os casos de peste suína africana no país asiático, maior produtor mundial da proteína, estão comprometendo o rebanho local — a projeção, que poderá crescer, é de que 30% do plantel tenha de ser abatido. Isso abre espaço maior para a entrada do produto brasileiro, que já tem na China seu principal comprador.
— Vamos para a China tentar habilitar mais plantas no Brasil. Queremos aumentar a exportação de carnes bovina, de aves e de suínos. Os chineses terão de suprir essa escassez de carne suína com outras proteínas — pontua Ricardo Santin, diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que também estará no grupo.
A habilitação de novas unidades para embarques à China, aliás, virou centro de polêmica, a partir de críticas feitas pela Associação Brasileira de Frigoríficos.
O certo é que o caminho escolhido para a viagem tem sintonia total com o futuro da demanda por alimentos no mundo.