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A superexpansão esperada nos embarques de carne brasileira para a China ainda esbarra na habilitação de novos frigoríficos. Pelo menos essa é a avaliação da indústria. Balanços do mês de agosto e do acumulado do ano, divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), mostram desaceleração das exportações. A quantidade de frango vendida de janeiro a agosto cresceu 2,3% sobre igual período do ano passado. E a receita, 7,4%.
Na carne suína, o avanço foi de 13,4% em volume e de 19,9% em faturamento. E na bovina, 15% e 8%, respectivamente, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
— A China não deixou de comprar, mas ainda não habilitou novas plantas — pontua Francisco Turra, presidente da ABPA.
Agosto registrou queda em relação a igual mês de 2018. Segundo o dirigente, em razão de problemas no sistema de contabilização dos dados e também de “atrasos em embarques devido a questões burocráticas nas vendas para China, Emirados Árabes e outros mercados” — no caso de embarques de frango:
— No mês que passou, segundo as empresas, as vendas foram normais, embora os números não tenham refletido isso. Nossa avaliação é de que setembro deve surpreender positivamente.
O aumento na demanda chinesa por proteína animal decorre do surto de peste suína africana registrado no país — e em outros locais da Ásia. O entendimento é de que o tamanho dessa necessidade extra ficará mais claro a partir de outubro, quando os estoques internos começarem a desaparecer.
Para ocupar esse espaço, no entanto, Turra reforça que será necessário credenciar mais frigoríficos para envio de carne à China. Outra esperança de chegar à meta projetada para o crescimento anual é a abertura do mercado da Indonésia para a carne de frango brasileira. O país asiático tem mais de 260 milhões de habitantes e potencial de crescimento no consumo de aves — hoje de apenas cinco quilos por habitante ao ano, bem abaixo dos 44 quilos per capita ano do Brasil.