O preço da carne bovina, que tanto mexe com os gaúchos, apreciadores de um bom churrasco, foi um dos temas abordados no balanço de final de ano da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). O economista-chefe da entidade, Antônio da Luz, falou sobre o impacto da suspensão das vendas para a China, que foi inversamente proporcional ao esperado pelos consumidores.
No período de julho a outubro deste ano, que já engloba os efeitos do embargo temporário, que veio em setembro, há um recuo do valor ao produtor, de 10% no Rio Grande do Sul e de 15% no Brasil. Mas os cortes de carne se mantiveram em alta, 10% no caso da paleta, por exemplo.
— Isso mostra que o preço da carne não está caro por causa da China está subindo por causa da inflação — reforçou.
Luz acrescentou ainda que a perda do poder aquisitivo agrava o cenário de inflação generalizada. A renda per capita do Brasil está hoje no mesmo patamar de 2009, conforme dados apresentados. E, para o país alcançar o ponto onde o mundo estava na pré-pandemia, levaria 9,2 anos.
A estimativa é de que, no próximo ano, haja uma redução do percentual da inflação (IPCA) que, ainda assim, ficará acima da meta: 6%. Neste ano, o índice fechará em 10,67%.
Nos custos de produção, o aumento acumulado é de 41,1%, enquanto o do índice de preços recebidos está com 0,6% de alta.