O ano ainda não acabou, mas o Brasil já pode comemorar uma nova marca nas exportações de carne suína. O volume embarcado até novembro, 1,05 milhão de toneladas, é 2,2% maior do que o de todo o ano passado e 11,29% em comparação com igual período do ano passado. Em receita, os primeiros 11 meses também foram de crescimento: 17,8%, totalizando US$ 2,449 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
— A alta das exportações para mercados relevantes e de maior valor agregado foi uma das tônicas do setor em 2021 — resume o o diretor de mercados da entidade, Luis Rua.
A China segue como principal destino, respondendo por quase metade do volume exportado no acumulado do ano. Mas Japão e países da América do Sul tiveram aumento da demanda no período.
O recorde nacional é replicado no Rio Grande do Sul, segundo maior exportador entre os Estados brasileiros. Foram 277,51 mil toneladas nos primeiros 11 meses de 2021, 16,02% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado e 6,19% se considerado o ano de 2020. O faturamento alcançou US$ 666,02 milhões, alta de 15,33% sobre o acumulado até novembro de 2020.
— O Rio Grande do Sul tem, atualmente, o maior número de plantas frigoríficas habilitadas a exportar para a China, o que contribuiu para esse crescimento, associado ao fato de todos os estabelecimentos terem funcionado normalmente neste ano — observa o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS (Sips), Rogério Kerber.
Para 2022, a habilitação de três novas plantas no Estado para a Rússia faz crescer a expectativa por números ainda melhores, segundo a ABPA.
— Existe também a questão da China, que ainda não reconheceu o novo status sanitário do Estado (de zona livre de aftosa sem vacinação) — acrescenta Kerber.
A retirada da vacinação no rebanho bovino elimina uma barreira sanitária e, assim, amplia as possibilidades de mercado também para a carne suína.
*Colaborou Carolina Pastl