O frio mais rigoroso neste ano e as geadas incidem também sobre a atividade leiteira, especialmente sobre a qualidade da pastagem.
Presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang explica que uma certa quantidade de frio é importante e pode até mesmo aumentar a produção de algumas vacas. A forte intensidade, porém, reflete nas propriedades:
— O volume de pastagem por área está baixo este ano. Primeiro, porque atrasou o seu desenvolvimento inicial (devido à falta de chuva). Segundo, porque tivemos aí duas ou três semanas de frio extremo em que a pastagem ficou estacionada no seu desenvolvimento vegetativo — observa.
Em condições ideais, o azevém, resistente às temperaturas mais baixas, permite que se reduza a quantidade de outros alimentos ofertados aos animais. Com isso, há a possibilidade de produzir leite com menor custo. Neste inverno, porém, o fator clima está interferindo nessa cadeia.
Como consequência, o produtor acaba usando uma quantidade maior de outros insumos — caso do milho silagem, que também está com disponibilidade reduzida.
Segundo Tang, o impacto já está sendo sentido, mas ainda assim, como há pastagens, "o custo de produção está atenuado". A situação pode se agravar caso novos episódios de frio intenso e contínuo ocorram. Ainda conforme o presidente da Gadolando, isso se acaba se refletindo nos preços ao consumidor, uma forma de o produtor conseguir alguma margem de lucro sobre o produto.
Diante do cenário, a sugestão é que o uso da pastagem seja otimizado, com recuperação de solo por meio de adubação e cuidado. E que os produtores fiquem atentos à possibilidade de usar outros alimentos, sob indicação de especialista, na nutrição dos animais.
*Colaborou Isadora Garcia