Não é apenas em relação aos protocolos sanitários que os organizadores da Expointer precisam adaptar a estrutura da feira aos tempos de pandemia. Com a economia ainda buscando consolidar o caminho da retomada, os valores dos espaços no parque Assis Brasil, em Esteio, terão redução de 30% em relação à tabela praticada na edição de 2019. A alteração atende a pedido de entidades do setor e recebeu o aval da Comissão Executiva da exposição.
A medida traz expectativa da participação, por exemplo, de fabricantes de máquinas. Com a regra definida, e os preços estabelecidos, as empresas podem tomar a decisão, avalia Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers).
Grandes marcas, que trabalham com planejamento — e orçamento — anual, haviam sinalizado anteriormente que não estariam em feiras e eventos do setor neste ano.
Entre as companhias consultadas pela coluna, a CNH Industrial (que congrega New Holland e Case IH) confirmou que, conforme alinhamento prévio, não estará presente na edição deste ano. Da mesma forma, a AGCO, que tem em seu portfólio as marcas Massey Ferguson, Valtra, Fendt e GSI, também mantém a posição comunicada em janeiro deste ano, de não participar de eventos, feiras e congressos na América do Sul em 2021.
Outro setor que mobiliza e é mobilizado pela Expointer é o de veículos. Nesse caso, a situação é diferente. Paulo Siqueira, presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do RS (Sincodiv), diz que, em princípio, todas as tradicionais marcas devem participar:
— A feira tem sido um momento de venda importante do setor, de grande expectativa.
E isso se mantém, mesmo com o cenário de falta de semicondutores, que tem emperrado a produção automobilística no país. Conforme o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luis Carlos Moraes, em entrevista à colunista Marta Sfredo, a projeção é de que entre 100 mil e 120 mil veículos tenham deixado de ser fabricados no primeiro semestre. E a solução do problema, que é de proporções globais, só deve ser equacionado em 2022.
— A Expointer é uma das maiores feiras da América Latina, é uma oportunidade. O esforço será canalizado para esses pedidos — reforça o presidente do Sincodiv-RS.