A cerimônia da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) que marca a entrada do Rio Grande do Sul no grupo de Estados brasileiros livres de aftosa sem vacinação será acompanhada em duas frentes diferentes. Uma será em Brasília, onde o governador Eduardo Leite e a secretária da Agricultura, Silvana Covatti, estarão com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O outro será na Capital, em espaço da secretaria, com entidades do setor, integrantes da pasta e parlamentares. O início da transmissão, desde Paris, onde fica da entidade que concede o reconhecimento internacional, é às 7h (horário de Brasília).
Além do RS, Paraná, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso também devem ter o novo status homologado, dentro do plano traçado para o país, que prevê medidas para fazer todo o território alcançar a mesma condição até 2026.
— Sendo reconhecido como um Estado que está livre da febre aftosa sem vacinação, muitos países que não aceitam importações da carne produzida no RS, vão poder aceitar a importação daquilo que a gente produz, e isso vai abrir fronteiras para exportação da nossa produção de proteína animal, agregando valor ao que produzimos, gerando mais emprego e mais renda — disse o governador sobre a importância da conquista.
Titular da Agricultura no ano passado, quando foi oficializado o pedido para o Rio Grande do Sul deixar de vacinar, o deputado Covatti Filho é um dos que acompanhará a certificação na sede da pasta, em Porto Alegre. Depois de 20 anos de espera pela conquista e longos debates sobre o tema, ele avalia o que fez a diferença para que se concretizasse a busca do novo status sanitário.
— O decisivo para tudo isso foi o diálogo com entidades e produtores para esclarecer receios, dúvidas. Houve transparência nossa com as entidades e das entidades com os associados. Foi uma reação de todo o setor.
A homologação vem como uma espécie de passaporte para novos mercados. É o "documento" sem o qual não se pode entrar no destino. A expectativa de ganho de cerca de US$ 1,2 bilhão depende também de como o processo será conduzido a partir de agora.
— Uma coisa é ter a condição, outra é conquistar o mercado com essa condição — pondera Luiz Alberto Pitta Pinheiro, assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado.
Covatti Filho diz que, já no ano passado, países demonstraram ao Ministério da Agricultura interesse no produto gaúcho.