A conquista de mercados hoje só acessados por Santa Catarina é uma das expectativas trazidas pela certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação. Buscam o novo status Rio Grande do Sul e Paraná, a ser confirmado em maio pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O setor de suínos aposta em conquistas importantes.
A começar pela venda de carne com osso, melhor remunerada, para a China, principal destino dos embarques brasileiros da proteína em 2020. Itens como carré e costela entrariam na lista de venda. Outro mercados potenciais são Japão e Chile, para citar apenas alguns exemplos.
Maior exportador do país, Santa Catarina fechou o ano passado com receita recorde de US$ 1,2 bilhão, alta de 35,3% sobre 2019, e 523,3 mil toneladas, avanço de 25,6%, de carne suína embarcadas. A título de comparação, em 2006, um ano antes do Estado vizinho receber a certificação, os valores eram de US$ 310 milhões e 184 mil toneladas.
O Rio Grande do Sul ocupa a segunda posição entre os Estados exportadores. Teve no ano passado faturamento de US$ 629,29 milhões e volume embarcado de 261,32 mil toneladas. São crescimentos significativos sobre o ano anterior: 52,37% e 54,41%. Mas ainda com diferença em relação aos catarinenses. O novo status sanitário pode fazer do Sul uma região diferenciada do Brasil.
O tamanho do êxito possível, no entanto, é proporcional ao do esforço coletivo necessário para a manutenção da sanidade do rebanho bovino, não mais imunizado. É uma mobilização contínua, que não se encerra com a certificação, pelo contrário.
Entre as ações a cargo do Estado, mapeadas pelo Ministério da Agricultura, está a contratação de reforço de 150 agentes administrativos para a Secretaria da Agricultura.
O treinamento da última turma foi concluído, e os profissionais já estão trabalhando.
Outra ação, definida na sexta-feira pelo Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), que tem gestão privada, foi o aporte de R$ 82,9 mil para o Projeto Guaritas, que reforçará com barreiras volantes o trabalho dos postos fixos de divisa. Replica o modelo do Programa Sentinela, em execução na Fronteira.