Maior exportador mundial de carne bovina, o Brasil foi buscar na longínqua província de Saskatchewan, no Canadá, um novo tipo de gado de corte. A speckle park resulta do cruzamento de outras sete raças e tem um histórico de adaptação a temperaturas extremas — negativas no inverno e próximas de 40ºC no verão.
A autorização do Ministério da Agricultura para o registro veio neste mês. O processo vem sendo conduzido pela Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC). Silvia Freitas, superintendente de registro da entidade, avalia que essa é mais uma alternativa para criação, seja como raça pura ou cruzamento:
— O interesse é ir em busca de novas diversidades de carne de qualidade porque, a demanda no país, sabemos que existe, é cada vez maior. O consumidor está se tornando mais exigente.
Há seis pecuaristas brasileiros — distribuídos nos estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Minas Gerais — interessados em importar material genético e dar início à criação no país. A speckle park resulta da cruza shorthorn (28%), angus (20%), galloway (15%), lineback (15%), white park (15%), highland (5%) e jersey (2%). Além do Canadá, há rebanhos na Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Irlanda e Reino Unido.
Assim que o material genético chegar e houver certificação do ministério, serão iniciadas inseminações e transferências de embriões. A expectativa é, no final do ano, ter animais da raça nascidos no Brasil.
Conhecendo mais de perto
Entre as características da speckle park, está a pelagem branca ou preta, sendo mais comum os animais salpicados nas duas cores (por isso, o “speckle” no nome, que, em inglês, se refere a mancha, salpico). São apontados como destaques na carne da raça maciez, suculência e alto rendimento de carcaça.
*Colaborou Isadora Garcia