A balança comercial das exportações do agronegócio brasileiro caminha para fechar 2020 com resultado singular. No acumulado até novembro, registrava o maior superávit da história, US$ 81,9 bilhões, apontam dados do Ministério da Economia compilados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O faturamento gerado no período, US$ 93,6 bilhões, superou a até então melhor marca, que era de 2013. Também representa alta de 4,9% sobre 2019. Houve, ainda, crescimento de 10,6%, na comparação deste com o ano passado, do volume embarcado.
Na lista dos cinco produtos mais representativos da pauta, a soja em grão, que segue firme como carro-chefe, a carne bovina in natura, o açúcar de cana em bruto, a celulose e o farelo de soja. Não há surpresas também na relação dos cinco principais destinos: China, União Europeia, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.
Mas há avanços de itens diferentes, que indicam espaço aberto para a diversificação dos embarques. No início do mês, no balanço da CNA, Lígia Dutra, a superintendente de Relações Internacionais, pontuou que é preciso olhar para os produtos em que o Brasil é competitivo e tem predominância no mercado internacional, mas também para aqueles que favorecem principalmente o pequeno e o médio produtor. Com impacto significativo e potencial para crescimento em participação.
A entidade, que trabalha com o projeto Agro BR, voltado à diversificação e apoio a produtores que buscam o mercado externo, monitorou de perto alguns itens selecionados.
De janeiro a novembro, as vendas de pimenta do reino, por exemplo, tiveram uma constância importante e responderam por 51,5% das exportações do grupo composto por chá, mate e especiarias.
O segmento como um todo cresceu 13% em faturamento no período, com uma cifra de US$ 323,5 milhões. Nos produtos apícolas, houve um aumento de 39,5% no valor e de 59,3% no peso exportado, na comparação com os primeiros 11 meses de 2019. Resultados puxados pelas vendas de mel.
Além da competitividade, outro ganho que vem na esteira da conquista de espaços globais é o impacto positivo que a exposição do produto “lá fora” traz também para os negócios dentro de casa, aponta Lígia. Nos últimos dois anos, o Brasil abriu espaço para mais de cem produtos em 30 mercados.