Uma nova “parceria” em ambientes urbanos começa a ganhar espaço no país e no Estado. A instalação de hotéis e de caixas em áreas urbanas está transformando as abelhas em novas amigas do homem. A percepção de que há um mercado “pet” surgindo vem da Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.b.e.l.h.a).
A entidade privada, sem fins lucrativos, dedica-se a levar informação correta, baseada em ciência, para a sociedade em geral, fazendo a devida “tradução”, como explica a diretora-executiva, Ana Assad. Com amplo banco de dados, tem um comitê científico formado por sete integrantes, todos especialistas na área e de diferentes instituições.
Professora e pesquisadora da PUCRS, a bióloga Betina Blochtein, que é do comitê, produz em casa o mel que consome. Ela cria abelhas sem ferrão em sistema de colmeias (dentro de caixas):
– Temos no Brasil algumas centenas de espécies dessas abelhas. Algumas são muito fáceis de criar, inclusive em ambientes urbanos, com as instruções necessárias. É bacana acompanhar as atividades delas, uma coisa lúdica, que conecta as pessoas com esse sistema – pondera Betina.
Há ainda outra possibilidade: os hotéis. Nesse caso, são voltados às abelhas solitárias, que vivem em diferentes locais e não têm a organização em sociedade como as sem ferrão.
– Entre a diversidade imensa de abelhas, com diferentes níveis de organização social, tem dois grupos que as pessoas têm usado em ambientes urbanos: as sem ferrão, que são sociais e produzem mel. E as solitárias – completa a pesquisadora.