O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Nunca se exportou tanto arroz pelo porto de Rio Grande como em 2020. O terminal de contêineres, o Tecon, registrou o embarque de 252 mil toneladas do cereal entre janeiro e novembro. O resultado representa elevação de 31% frente ao mesmo período de 2019 e já é o maior contabilizado para um ano. Para efeito de comparação, em toda a temporada passada, foram enviadas ao Exterior 205 mil toneladas.
Isso significa que, em 2020, o cereal movimentou mais de 10 mil contêineres na área do Tecon, um recorde na história da estrutura. Em anos anteriores, as transações envolvendo o arroz não passaram dos 7,5 mil contêineres, segundo o diretor-presidente do terminal, Paulo Bertinetti.
– Esse ano a exportação de arroz explodiu. Já superou com folga o volume de anos anteriores – sintetiza Bertinetti.
Os principais destinos das exportações foram, em ordem, Peru, Estados Unidos, México, Venezuela, Guatemala, Cabo Verde, África do Sul e Angola. Nesta lista, mexicanos e sul-africanos foram as principais novidades, consolidando a abertura de novos mercados para o arroz nacional.
O dólar valorizado, acima dos R$ 5 durante a maior parte do ano, estimulou a venda do alimento ao Exterior. Além disso, a demanda interna se manteve aquecida, na carona do auxílio emergencial. E isso tudo em meio à uma safra obtida na menor área plantada no Estado nas últimas duas décadas.
Esses fatores levaram o preço da saca do cereal romper a barreira dos R$ 100 pela primeira vez, segundo o indicador Esalq/Senar-RS. No entanto, nas últimas semanas, a cotação recuou e voltou à faixa dos R$ 95.
Para 2021, mesmo que haja leve recuo na cotação da moeda norte-americana, Bertinetti acredita que a perspectiva é de que as exportações se mantenham aquecidas.