Se os números mostram que as vendas de espumantes desaceleraram em razão da pandemia, na virada de ano, a bebida ganha a preferência à mesa. Com tantas opções, sem nem precisar sequer sair de casa, a hora de compra pode trazer dúvidas. Ainda mais se você deixou para as últimas horas de 2020. A coluna conversou com Orestes de Andrade Jr., presidente da seção RS da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-RS) e ele dá dicas que podem ajudar na escolha. Mas a regra de ouro é:
— Não há melhor ou pior. O melhor espumante é aquele que você gosta. Confie no seu paladar e na sua intuição — ensina Andrade Jr.
1) Preferência nacional
A qualidade do espumante brasileiro — que tem no Rio Grande do Sul o principal polo de produção — é reconhecida dentro e fora de casa. A cada 10 espumantes vendidos no país, oito são rótulos do Brasil.
— Isso demonstra a confiança do consumidor nos produtos nacionais — pontua Andrade Jr.
2) Método de fabricação
O espumante é um vinho "com borbulhas", que surgem a partir de uma segunda fermentação, que não libera o gás carbônico para o ambiente e o incorpora ao líquido. Há dois métodos para que esse processo seja feito. No charmat, ocorre em grandes tanques pressurizados. Isso permite maior escala, o que torna o produto final, em geral, mais barato, até R$ 50, explica Orestes. São leves e frutados, uma boa combinação para o verão e o Réveillon:
—São amplamente comercializados em supermercados, inclusive com promoções nesta época do ano. Escolher um espumante brasileiro charmat é a dica mais certeira e econômica que eu posso dar —garante o presidente da seção RS da Associação Brasileira de Sommeliers.
No método Champenoise, ou tradicional, a segunda fermentação ocorre na garrafa — seguindo a tradição francesa de produtores de Champagne. Exigem mais tempo e mão de obra e resultam em um produto mais complexo e que "pede" a companhia de comida. Tem faixa de preço acima de R$ 50. Os melhores rótulos costumam ser vendidos em lojas especializadas.
3) Quantidade de açúcar
Além da forma de produção, o espumante se diferencia conforme a quantidade de açúcar. Há dois grandes grupos. Na categoria seco, estão os de menos açúcares residuais (Nature, extra brut e brut). No grupo dos espumantes doces, estão o moscatel e o demi sec, com maiores quantidades de açúcar.
4) Para as crianças
Existem versões de espumantes sem álcool, que podem ser uma forma de incluir as crianças no brinde.
5) Abri e sobrou, posso guardar?
Pode, sim. Existem tampas para fechamento de espumante (facilmente encontradas em lojas e supermercados). Andrade Jr. recomenda que seja consumido em, no máximo, dois dias após aberto. Há ainda as opções em lata e garrafas baby, que podem ser alternativas, especialmente agora, quando a recomendação é não aglomerar.