Com a proximidade do anúncio do Plano Safra 2020/2021, previsto para o próximo dia 15, produtores levantam bandeiras para sinalizar com clareza o que não pode faltar. O corte na taxa de juro, diante de uma Selic de 3%, aparece como ação imprescindível. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) listou essa como a prioridade número 1 em documento entregue ainda em maio para a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Nesta terça-feira (2), em reunião virtual convocada pela Frente Parlamentar da Agricultura Familiar da Câmara, a solicitação foi reforçada.
– Nosso desejo seria juro de 1%, 2%, no máximo 3%, que é o valor da taxa básica. Outro ponto é o do custo bancário e as vendas casadas que são feitas. Isso faz um juro de 4,6% ir para 10% – afirma Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS).
À federação gaúcha se juntaram as de outros Estados e a Confederação Nacional do Trabalhadores Rurais (Contag). Também estavam presentes o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Fernando Schwancke, e representantes de instituições bancárias.
E se no Rio Grande do Sul a estiagem trouxe estragos significativos, em outras regiões do país, efeitos negativos da pandemia aparecem com força como, por exemplo, a dificuldade de vender a produção familiar. Em um cenário como esse, o crédito é fundamental para que o agricultor tenha condições de plantar a próxima safra.
Na comentada reunião ministerial do dia 22 de abril, a ministra Tereza Cristina ponderou ao presidente Jair Bolsonaro a necessidade de reduzir a taxa nos financiamentos agropecuários.
Outro ponto para o qual produtores familiares pedem atenção é em relação ao auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal. Projeto de lei aprovado no Congresso que incluía a categoria entre as aptas a acessar o benefício foi barrado pelo presidente. A cobrança é para que parlamentares derrubem o veto.
– É um clamor que vem de norte a sul do país – afirma o deputado Heitor Schuch, presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar.
A ação serve para minimizar prejuízos da pandemia. No RS, no entanto, era vista como alternativa de renda diante da ausência de resposta do Ministério da Cidadania para a solicitação do bolsa-estiagem.