Com quase quatro décadas de existência, a competição do Freio de Ouro é considerada um divisor de águas por criadores do cavalo crioulo. Ajudou a selecionar e a divulgar a raça dentro e fora do Brasil. O seu ápice ocorre durante o primeiro final de semana da Expointer, com a grande final do circuito que dura o ano todo e é composto por diferentes etapas. No último final de semana, durante etapa realizada em Rolante, no Vale do Paranhana, acabou virando o centro de uma polêmica em meio às restrições trazidas pela pandemia.
A seletiva era uma credenciadora, que habilita os conjuntos (cavalos ou éguas e os ginetes) para as classificatórias. E essas, por sua vez, garantem passaporte à grande final, da qual participam 96 animais — 48 machos e 48 fêmeas. São sete classificatórias, cinco no Brasil, uma na Argentina e uma no Uruguai. No ano passado, o torneio, em todas as fases, movimentou 1,1 mil animais, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), que organiza a disputa. Pesquisa realizada em 2012 em parceria com a Escola de Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, apontou que a raça movimentava R$ 1,28 bilhão por ano no país. anualmente.
Já em três finais de semanas provas do circuito vêm sendo organizadas no parque Assis Brasil, em Esteio — palco da Expointer. Os organizadores receberam autorização do gabinete de crise a covid-19, do governo do Estado, e da prefeitura de Esteio. O protocolo foi estabelecido pelo diretor técnico da Santa Casa, Ricardo Kroeff. Inclui medidas como medição da temperatura, uso de máscaras, distanciamento nas arquibancadas, atuação de monitor e entrada de ginete, tratador e proprietário do animal, sem público.
— No ano passado, tivemos 1.008 eventos oficiais da raça. Neste ano, em razão da pandemia, propusemos realizar 11 atividades de seleção no lugar dos que não serão realizados, sob um protocolo — diz Francisco Fleck, presidente da ABCCC.
O prefeito Leonardo Pascoal aguarda manifestação do Piratini nesta segunda-feira (29) — em razão da bandeira vermelha — sobre a manutenção ou não da seletiva marcada para o próximo final de semana.
— No meu ponto de vista, não vejo problemas. Já houve três etapas, incluindo o Bocal de Ouro. O cavalo árabe também teve prova. Transcorreu tudo tranquilo, sem problemas. Não existe lugar mais seguro do que o parque — avalia Pascoal.
Com quatro classificatórias pela frente antes da grande final, Fleck espera poder concluir o circuito de 2020 do Freio de Ouro, "nem que seja em 2021":
— Este ciclo será terminado no momento que as autoridades entenderem que há segurança.
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