Na média geral, o Rio Grande do Sul vai colher uma safra de soja 45,8% menor do que esperava no início do ciclo, em razão da prolongada estiagem. Existem lugares, no entanto, onde foi possível driblar o tempo, e as perdas não existem ou são mínimas. E até mesmo onde foi possível fechar com produtividade maior. Dados da Emater mostram que Doutor Maurício Cardoso, no Noroeste, é um desses exemplos.
O rendimento do grão por hectare foi de 3,6 mil quilos. No plantio, esperava-se 3,4 mil quilos por hectare. Alguns motivos ajudam a explicar o resultado. O primeiro é o momento de chegada da estiagem. Quando a falta de chuva apertou, a produção estava no final do ciclo. Gerente regional adjunto da Emater de Santa Rosa, José Vanderlei Waschburger explica que esse foi o caso dos municípios da área noroeste da regional. Na área das Missões, o cenário é outro, de perdas.
– Em Doutor Maurício Cardoso, os produtores cultivam área grande de milho antes da lavoura de soja. Isso deixa residual grande de matéria seca e também favoreceu a retenção de umidade – acrescenta o gerente.
A sequência de culturas é viabilizada pelo microclima diferenciado, que permite plantio de milho na largada do calendário.