Quando gravaram um vídeo desafiando as pessoas a tomarem um copo de leite, os produtores Reynold Groenwold, Hans Groenwold e Robert Salomons, de Castro, no Paraná, tinham a ideia de incentivar o consumo pela vizinhança. A ideia deu tão certo que acabou extrapolando as divisas paranaenses e ganhando a adesão de personalidades e entidades ligadas ao setor. A mais recente delas foi a da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que publicou vídeo nesta sexta-feira (29). Antes dela, o presidente Jair Bolsonaro também havia feito o gesto em uma de suas transmissões.
— Vi um pessoal do Canadá que havia feito algo semelhante e falei para o meu amigo para fazermos também. Mas não imaginávamos que ia ter essa repercussão — conta Robert Salomons, 37 anos.
Com um plantel de 350 vacas leiteiras da raça holandesa, ele atua na atividade que aprendeu com o pai na Chácara Recanto Alegre. No Paraná, a estiagem também esteve presente, ainda que de forma menos intensa do que no Rio Grande do Sul. Para o produtor, um dos gargalos a serem vencidos é o custo:
— Se não for eficiente, o produtor não consegue sobreviver.
A primeira publicação foi nas páginas da Cowsdiário, da fotógrafa Érica Silva, especializada no setor e que já havia feito imagens para os produtores. Com a repercussão o movimento ganhou outras vertentes e canais. O projeto do Paraná teve de ser rebatizado e virou o @desafiosdoleite.
A produção brasileira é de 33,84 milhões de litros de leite ao ano. O Paraná ocupa o posto de segundo maior produtor de leite do país, atrás de Minas Gerais. O Rio grande do Sul ocupa a terceira posição. No Estado, o setor tem enfrentado uma crise ao longo dos últimos anos. De 2015 a 2019, segundo levantamento da Emater, quase 40% dos produtores abandonaram a atividade.
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