Com a colheita avançando e os prazos finais de financiamentos começando a chegar, produtores do Rio Grande do Sul têm pressa em receber resposta às solicitações de medidas que possam minimizar os efeitos da estiagem. Depois da rodada de negociações realizada ontem, ficou a impressão de que parte dos anúncios possa sair ainda nesta semana. Entre as ações aguardadas, a prorrogação dos financiamentos de custeio de investimentos, que está no topo da lista.
Há sinalização positiva por parte dos ministérios, inclusive o da Economia que, mesmo não gostando de prorrogar pagamentos, mostrou-se ciente dos problemas graves dos gaúchos pela falta de chuva.
– Disseram que foram convencidos da necessidade – conta Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS).
Neste caso, falta decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN). Reunião extraordinária teria de sair, para viabilizar a medida.
Se isso não ocorrer ao longo da semana, busca-se que o Banco do Brasil, com cerca de 60% do crédito rural, prorrogue os vencimentos de financiamentos até que saia a postergação definitiva – no Estado, o recurso foi adotado pelo Banrisul.
Na sequência, poderá vir crédito para as cooperativas. Pelo Ministério da Cidadania, o ministro Onyx Lorenzoni disse ontem em entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, que deve sair medida provisória com aporte de R$ 550 milhões para a compra de alimentos da agricultura familiar.
A sugestão havia sido que fosse por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade de doação simultânea.
Outra alternativa, aventada pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, é a de antecipação do Plano Safra 2020/2021. No final de semana, ao participar de videoconferência, ela disse avaliar a hipótese, que daria “um norte, um horizonte àqueles que precisam desse recurso”.
Por ora, a reivindicação sobre a qual não se tem notícias é a do pagamento de bolsa-estiagem, também a cargo da Cidadania. Serviria para famílias que não se enquadrarem nas renegociações. A ação já foi adotada anteriormente em ano de quebra na produção.