O jornalista Fernando Soares é colaborador da colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Antiga demanda do setor orizícola gaúcho, o terminal logístico do arroz (TLA), no porto de Rio Grande, ganhará novo impulso para sair do papel. Na próxima sexta-feira (14), durante o evento de abertura da colheita do cereal, em Capão do Leão, no Sul, o governador Eduardo Leite lançará o edital para administração da área. O local escolhido para abrigar a estrutura será a antiga instalação da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa).
O superintendente do porto de Rio Grande, Fernando Estima, aponta que a empresa vencedora do processo licitatório deverá assumir a gestão ainda neste ano e, de maneira imediata, irá investir R$ 5 milhões em melhorias no local. Em 20 anos de contrato, os aportes deverão passar dos R$ 20 milhões.
— O arroz era um produto que não tinha dedicação específica na logística e disputava espaço com a soja. Esse terminal terá mais de cem silos, com capacidade estática de 50 mil toneladas — afirma.
Para os arrozeiros, a estrutura própria é vista como fundamental para alavancar os negócios no Exterior. Entre março de 2019 e janeiro de 2020, dentro do ano comercial levado em consideração pelo setor, o Brasil exportou 1,3 milhão de toneladas do produto. Quase todos os embarques foram realizados via Rio Grande, segundo o Sindicato da Indústria do Arroz do Rio Grande do Sul (Sindarroz-RS).
— Hoje, um dos fatores que limitam o aumento das exportações é a logística. Tendo condições e segurança para o escoamento, podemos exportar até 2 milhões de toneladas — calcula Tiago Barata, diretor-executivo do Sindarroz-RS.
Com o dólar atrativo para os exportadores, em patamar acima de R$ 4, o segmento intensifica a busca por novos mercados. Países como Iraque e México têm despontado como potenciais destinos para o arroz brasileiro.