Assim como na valorização, o Rio Grande do Sul deverá ter ritmo mais lento no recuo do preço do boi gordo em relação ao país. Embora já se perceba leve redução nas cotações do Estado, a tendência é de que a cadência seja diferente de outras regiões do Brasil.
O valor médio do quilo vivo no território gaúcho ficou em R$ 6,95 segundo levantamento do Núcleo de Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro) da UFRGS de 24 de dezembro. É 1,13% menor do que o dado coletado uma semana antes.
– O recuo será mais lento. Custou a subir e agora vai recuar de forma mais demorada e em patamares menores – avalia Júlio Barcellos, coordenador do Nespro.
Ele estima que a diminuição de valores do boi no Rio Grande do Sul siga até a metade de janeiro. A redução para o consumidor só deve vir no final de fevereiro.
O descompasso em relação ao resto do Brasil tem relação com as características do mercado no Estado, com maior quantidade de frigoríficos. É diferente de outras regiões do país, em que a produção se concentra em número menor de empresas.
Levantamento divulgado pelo Ministério da Agricultura apontou queda de 15% no valor da arroba do boi gordo em dezembro, interrompendo ciclo de alta acumulada de 28,5% nos últimos seis meses nos principais mercados do país. Esse cenário faz a pasta projetar redução nas próximas semanas nas gôndolas de supermercados, com a renovação de estoques.
Tanto no Brasil quanto no Estado, não devem ser esperados, no entanto, preços nos patamares verificados antes da valorização. Haverá acomodação, dentro do novo normal para o setor.
A virada foi alimentada, entre outros fatores, pela forte demanda externa, em especial da China. O país asiático vive um surto de peste suína africana e continuará tendo necessidade de reforço nas compras de proteína animal ao longo do ano. Outro fator importante a considerar é a demanda do mercado interno brasileiro, destino de 80% da produção de carne bovina.
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