A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Depois de duas estiagens seguidas e uma enchente, o mercado de trabalho promete ganhar um fôlego extra em 2025. E a expectativa vem da safra farta que se projeta colher neste ano. De uma melhor remuneração a uma maior qualificação, o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS), Eduardo Condorelli, enxerga um cenário positivo em vários aspectos:
— Uma vez com safra cheia, voltaremos a ter um agro demandante de mão de obra. Mais do que já é.
Ainda que haja cargos que se destaquem, Condorelli projeta vagas em todas as posições do setor, do gerente de fazenda ao operador de máquina agrícola.
A remuneração também deve ser maior. E, consequentemente, a qualificação para as funções.
— Com o avanço da digitalização, o perfil das contratações mudou. Multinacionais que antes empregavam mão de obra para colheitas agora têm processos automatizados e buscam profissionais de tecnologia, jurídico ou tributário, para lidar com operações que envolvem múltiplos estados e mercados externos — observa Leonardo Berto, gerente da Robert Half, empresa de talentos.
Condorelli chama atenção ainda para a pecuária, que, depois da crise, com preços em queda, fechou 2024 em recuperação. E que deve atrair profissionais para a atividade em 2025.
As oportunidades também se desdobram para fora das propriedades rurais. Conforme o superintendente, com maior atividade rural, estimula-se a demanda por produtos e serviços, como mecânicos, veterinários, postos de combustíveis e transportes.