A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O agronegócio brasileiro vive um momento de "industrialização" no mercado de trabalho. É o que mostram os dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
No segundo trimestre deste ano, o setor empregou um recorde de 28,6 milhões de pessoas. Deste total, a maior parte foi contratada pelos setores das agroindústrias e dos agrosserviços.
De acordo com a pesquisadora do Cepea Nicole Rennó, essa é uma tendência no setor:
— Com a mecanização, o setor agropecuário não tem empregado mais tanta gente, mas produz cada vez mais. Esse maior volume movimenta o resto do setor. Precisa de mais gente para transportar, processar, etc.
O número de 28,6 milhões de pessoas também foi recorde para o período. Em comparação ao segundo trimestre de 2023, houve um acréscimo de 2,3%.
Quanto ao perfil da mão de obra, os dados mostram ainda que o crescimento no agronegócio foi impulsionado por empregados com e sem carteira assinada, por trabalhadores com nível educacional mais alto e mulheres.