O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
No primeiro bimestre de 2021, o Rio Grande do Sul foi o segundo Estado que mais criou vagas de emprego com carteira assinada na agropecuária. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, o setor primário abriu 6,9 mil postos formais. O resultado, que consiste na diferença entre contratações e demissões registradas no período, só fica aquém de São Paulo, com 32,8 mil posições.
Em comparação com o mesmo período de 2020, quando teve saldo positivo de 6,8 mil novos contratos, o Rio Grande do Sul aumentou em 2,3% a geração de postos na agropecuária. Isso significa 154 vagas a mais. O resultado positivo na largada do ano é corriqueiro no Estado e teve o peso decisivo da colheita da maçã, que registrou saldo líquido de 6 mil contratos neste ano.
Por tabela, os municípios da Serra, que concentram a maior área de pomares no Estado, puxaram as contratações. Nos dois primeiros meses de 2021, Vacaria, segunda maior produtora nacional de maçã, é a líder gaúcha na geração de vagas na agropecuária, com 4,9 mil posições. Na sequência aparecem outras duas cidades serranas que também possuem vínculos com a fruticultura: Bom Jesus (821) e Caxias do Sul (412).
- Os números refletem a demanda sazonal do campo na região. Já no início de março as colheitas se encaminham para o final e por isso os próximos números (do Caged) devem vir diferentes - pondera Maria Carolina Gullo, economista e professora da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
Além do saldo positivo dentro da porteira, a agropecuária acabou impactando a geração de vagas em outros segmentos da economia gaúcha. No primeiro bimestre, a fabricação de produtos de fumo fechou com saldo positivo de 4,8 mil e a de artigos alimentícios com 1,7 mil empregos.