Um dos assuntos mais debatidos em 2019, o preço da carne volta a ganhar espaço na virada do ano, quando a proteína animal faz parte da mesa dos brasileiros. Levantamento do Ministério da Agricultura aponta queda de 15%no valor da arroba do boi gordo em dezembro, interrompendo ciclo de alta acumulada de 28,5% nos últimos seis meses nos principais mercados do país. Ainda segundo a pasta, esse cenário de redução deverá ser sentido pelo consumidor nas próximas semanas, com a renovação dos estoques nos supermercados.
— Não há margem para aumentos futuros — avaliou Sílvio Farnese, diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do ministério, apontando tendência de estabilização nos valores pagos pelo consumidor nos próximos meses.
A acomodação, no entanto, deverá ser em patamares diferentes dos verificados antes da valorização de 2019. A virada foi alimentada, entre outros fatores pela demanda extra da China, que sofre com surto de peste suína africana. Oferta reprimida e demanda em recuperação são outras razões que ajudam a explicar por que a arroba do boi gordo atingiu o maior valor da série histórica iniciada em 1994 pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP). Pela primeira vez rompeu a barreira dos
R$ 200, chegando a registrar recorde de R$ 231,35. No dia 30 de dezembro, fechou a
R$ 206,95.
No Rio Grande do Sul, levantamento do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), referente a 24 de dezembro, apontava valor médio do quilo vivo do boi de R$ 6,95, leve recuo sobre o dado anterior. Os primeiros meses do ano também marcam a retomada e o auge da produção no Estado, o que reforça a perspectiva de recuo dos preços ao consumidor ao longo do primeiro trimestre.
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