O Rio Grande do Sul não deverá mais colher uma supersafra de grãos de verão. Pelo menos essa é a indicação trazida pelo relatório oficial de perdas apresentado pela Secretaria da Agricultura nesta quinta-feira (16) no Palácio Piratini. No volume total a redução na colheita é estimada em percentual inferior a dois dígitos, segundo o secretário em exercício Luiz Fernando Rodriguez Júnior:
— Números hoje de perdas totais ficaram em menos de dois dígitos. Isso tende a variar ao longo da semana e dos próximos 15 dias com a qualidade hídrica que ocorrer.
A razão de que os danos possam ser minimizados vem principalmente da possibilidade de recuperação da soja com o retorno da chuva. O governo estadual encaminhará nesta sexta-feira (17) pedido para que o zoneamento agrícola de risco climático apenas dessa cultura seja ampliado para 31 de janeiro. Na média do Estado, conforme relatório preliminar da Emater compilado na terça-feira (14), as perdas estimadas são pequenas, de 9,2%. No milho, o quadro é mais grave, com a projeção de que se tenha recuo de 20,86% em relação à expectativa do início do ciclo.
Há grandes variações de perdas, no entanto, de uma região para outra. Na região de Santa Maria, por exemplo, a diminuição do potencial das lavouras de milho é estimada em 45%. Em Santa Rosa, é de apenas 2,5%. Situação que se repete na soja. O maior impacto aparece na região de Soledade, com 20% de redução. Em Passo Fundo soma só 0,5%.
— Estamos com problemas pontuais, nenhuma calamidade, não é uma grande calamidade. Nada parecido com as secas que Rio Grande do Sul teve tanto 2004/2005 quanto 2011/2012. Essa é a grande dificuldade que estamos tendo para avaliar esse cenário — pontua Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
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