Nem Paraná nem Rio Grande do Sul deverão ter os pedidos para ampliação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) atendidos. No caso dos gaúchos, a solicitação foi uma das ações apontadas pelo governo estadual frente à estiagem registrada. O calendário determina o período em que é recomendada a semeadura das culturas nas diferentes regiões do país, conforme as particularidades locais. O objetivo é ter as condições mais adequadas para o desenvolvimento e rendimento das lavouras, além de garantir a cobertura do seguro em casos de perdas.
Diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola afirma que não se pode "alterar as regras no meio do jogo", sob pena de ampliar os prejuízos dos agricultores que cultivarem fora da janela ideal:
— O zoneamento agrícola de risco climático é um instrumento científico. Para determinar essas datas são feitos estudos, tem orçamento, prazo para pesquisa, modelagem computacional e validação a campo — argumenta Loyola.
Ele acrescenta que mudança feita simplesmente a partir do atraso no plantio de uma determinada região induz o produtor ao erro. Há probabilidade de perdas acima de 40%, observa o diretor:
— Em 2011, houve alteração para o milho safrinha, no Paraná. E deu de tudo no desenvolvimento das plantas. Produtores que prorrogaram o plantio tiveram perdas.
Outro ponto destacado é a programação dos recursos que serão disponibilizados tanto para o Proagro (programa do governo voltado à agricultura familiar) quanto para o seguro rural, que é feita com base nos riscos calculados a partir do calendário desenvolvido pela Embrapa com parceiros.
— Quem conhece zoneamento, sabe que esse pedido é intempestivo — reforça o diretor.
Neste ano deverão ser revisados prazos hoje vigentes para algumas culturas, mas dentro do processo habitual.
No pedido encaminhado pelo RS ao ministério, a solicitação era para ampliação do calendário da soja para 15 de fevereiro e do milho para 29 de fevereiro ou 15 de março.
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