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Prejuízos

Devido à estiagem, Estado pedirá à União calendário flexível de plantio e aumento da cota do seguro rural

Falta de chuvas levou 16 municípios gaúchos a decretarem situação de emergência

Mateus Ferraz

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Diogo Zanatta / Especial
Milho é uma das principais culturas atingidas pela falta de chuva

As dificuldades enfrentadas pelo campo devido à estiagem, que persiste no Rio Grande do Sul desde dezembro, uniu representantes de 96 cidades nesta quinta-feira (9), em Porto Alegre. Em comum, os participantes traziam planilhas com as perdas nas lavouras de soja, milho e feijão, além de prejuízos na produção de leite. Em resposta, o Estado apresentou ações que envolvem apelo à União para prorrogar o calendário de plantio e aumentar a cota do seguro rural. Aliado a isso, técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) devem vir ao Estado ainda em janeiro para averiguar os efeitos da falta de chuva.

Na próxima segunda-feira (13), um novo encontro será realizado na Capital para concluir um documento — com o relato das dificuldades e as propostas dos municípios — que será encaminhado ao governador Eduardo Leite e à ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O ofício será subscrito pelas principais entidades do agronegócio gaúcho.

A projeção é de que a estiagem siga até fevereiro. No entanto, são aguardadas chuvas esparsas que, embora sem alcançar todo o Estado, deverá atenuar os prejuízos de agricultores que não conseguiram plantar ou que perderam a lavoura. A prorrogação do calendário do plantio é uma forma de dar segurança a quem precisar cultivar variedades fora do período padrão.

— É um ponto relevante que viabiliza ao produtor, após a regularização da chuva, fazer a reimplantação da cultura que, se não tiver a prorrogação, fica desprotegida da questão securitária — pontua o secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural em exercício, Luiz Fernando Rodriguez Junior.

Será feita, também, a solicitação ao Mapa de aumento da cota gaúcha do seguro rural, além da priorização dos pedidos de agricultores em áreas afetadas.

Nesta sexta-feira (10), Rodriguez irá se encontrar com o governador Eduardo Leite. O secretário em exercício irá solicitar a liberação de recursos para a aquisição de mais 15 mil sacas de milho para o programa Troca-Troca de Sementes. Além disso, a pasta vai garantir a realocação de técnicos da Emater — que presta assistência técnica e extensão rural — para as regiões que sofrem com a estiagem, assim como as únicas três perfuratrizes do Estado, que terão o esquema de perfuração de poços reprogramado.

Apresentação

A Emater apresentou uma projeção de perdas por região, na comparação com a estimativa da colheita apresentada durante a Expointer, em agosto do ano passado. A estatal aponta as regiões de Soledade e de Ijuí como as mais afetadas. Em Soledade, por exemplo, a redução na expectativa de produção de milho silagem caiu 40% e de soja, 20%.

Os municípios mais atingidos reclamam da regionalização dos números. Presente ao encontro, o prefeito de Pantano Grande, Cassio Nunes Soares, reclama que as perdas com a estiagem ultrapassam a arrecadação anual do município.

— A perda chega perto de R$ 50 milhões. Perdemos 45% da soja, 80% do milho e do feijão, 40% do leite. Apelamos por um reposicionamento nos levantamentos do Estado — diz Soares.

Pantano Grande é um das 16 prefeituras gaúchas que já decretaram situação de emergência. A ação tem o objetivo de facilitar a renegociação de dívidas, liberar recursos públicos emergenciais, entre outros auxílios financeiros.

O Estado não homologou nenhum dos pedidos, já que os municípios ainda estão encaminhando laudos sobre as perdas. De acordo com o subchefe da Defesa Civil estadual, tenente-coronel Rodrigo Dutra, o órgão está auxiliando as prefeituras para a obtenção dos documentos necessários:

— Contamos com suporte técnico nas regiões, além de encaminharmos reservatórios de 4,5 mil litros de água para 21 municípios e atuarmos no monitoramento.

Apesar das perdas significativas em algumas cidades, não há a garantia de que a situação de emergência seja homologada, já que o cenário exige níveis altos de perdas e comprometimento dos serviços à população.

Municípios com prejuízos, mas que não decretaram situação de emergência

- Sobradinho

- Faxinal do Soturno

- Toropi

- Casca

- Cerro Grande do Sul

- Gramado Xavier

- Maquiné

- Mato Leitão

- Minas do Leão

- Montauri

- São Domingos do Sul

- Vale Verde

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