De 1º de dezembro a 7 de janeiro, a chuva na Região Metropolitana foi 83% inferior à média histórica do período. Segundo a Somar Meteorologia, eram esperados 150 milímetros, mas foram registrados somente 25. Pelos dados pluviométricos, é a área do Estado mais afetada pela estiagem que tem secado reservatórios e comprometido lavouras.
A falta de chuva atinge municípios de todas as localidades do Estado, de acordo com produtores rurais e prefeitos. Nas regiões dos Vales, Central e Campanha, choveu apenas um terço do esperado. Já no Norte e na Serra, metade do estimado. Apenas o Sul atingiu a média histórica do período, com 50 milímetros.
Durante o período, as massas de ar frio – principais responsáveis pela chuva – têm concentrado pouca umidade, dificultando a formação de precipitações abrangentes. De acordo com o meteorologista Jonas Ribeiro, da Somar, esse início de verão está sendo marcado por chuva pontual, que incide sobre áreas isoladas de municípios e deixa outros locais secos.
– Esse fenômeno acontece por causa do calor excessivo que, associado à umidade local, forma pequenos núcleos de chuva, que são pouco abrangentes e não se espalham de maneira uniforme – explica Ribeiro.
Essa chuva esparsa tem se refletido nos impactos da estiagem no campo e no desabastecimento de comunidades. No mesmo município, há relatos de produtores com perdas totais de lavoura, enquanto vizinhos concluíram a colheita quase sem prejuízos.
– É um cenário complexo em que não se pode generalizar a estiagem. Em muitos casos, a chuva atingiu parte da localidade e outra não. No mesmo município, há variações de 95% de volumes de chuva, segundo medições de produtores – comenta o diretor-técnico da Emater, Alencar Rugeri.
Para calcular os volumes de chuva, a Somar fez uma média dos milímetros registrados em municípios do Estado. Até esta terça-feira (7), nove prefeituras haviam enviado documentação à Defesa Civil informando que decretaram situação de emergência devido ao tempo seco e à pouca chuva.