Mesmo com a chuva da última semana que atingiu, conforme a Emater, todos os municípios do centro do Estado, entre quinta-feira (9) e sexta-feira (10), os efeitos da estiagem ainda preocupam os agricultores e pecuaristas. No caso da cultura mais afetada, a do milho, nos 35 municípios da Região Central que recebem assistência da Emater, nos 25 mil hectares já plantados, foi estimada a perda de 45% na produtividade – que é o potencial de rendimento da cultura. Os dados constam em levantamento divulgado pelo órgão à reportagem na manhã desta terça-feira (14). No balanço emitido pela instituição no fim da semana passada, o percentual era de cerca de 25%.
De acordo com o assistente técnico regional da Emater, Luis Fernando Oliveira, no caso do milho, o prejuízo se deu porque a falta de chuva coincidiu com o período de floração da cultura. Os municípios que contabilizam as maiores perdas são Agudo, Silveira Martins, São Martinho da Serra, São Vicente do Sul e Júlio de Castilhos. O plantio do milho não foi encerrado na região, ainda faltam cerca de 20 mil hectares que começaram a ser semeados ainda no fim da semana passada, quando a chuva chegou à região.
O assistente técnico da Emater explica que a chuva trouxe benefícios, mas que não é possível reverter os prejuízos já causados pelo período de seca:
— A chuva paralisa o processo de perdas, elimina o estresse hídrico que as plantas vinham sofrendo, e possibilita a elas condições para se desenvolver e se reproduzir. Ou seja, sair de um estado vegetativo para floração. Mas os prejuízos contabilizados até então são irreversíveis.
A soja também contabiliza prejuízos. Conforme a Emater, na região foram semeados 975 mil hectares com o grão com expectativa de colher cerca de 3,2 mil quilos por hectare. Contudo, já foi estimado 20% de perda nesta produtividade esperada.
No setor agropecuário, a falta de chuva prejudicou o desenvolvimento das pastagens cultivadas, assim como as nativas. Conforme a Emater, os registros de perdas de produção, até o momento, chegam a quase 17% para pecuária de leite, e em 13% para pecuária de corte na região.
Os setores de frutas e hortaliças também enfrentam dificuldades em razão das altas temperaturas e falta de chuva em regularidade. O levantamento da Emater aponta para 13% de perdas na área da fruticultura e 18% no setor das hortaliças.