A falta de chuva no Rio Grande do Sul já impacta a produção de alimentos. Levantamento feito pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat-RS) mostra que, nos primeiros dias de janeiro, houve recuo de cerca de 8% na média do volume captado nas propriedades rurais. Isso significa 1 milhão de litros de leite a menos chegando às unidades de processamento, onde a a matéria-prima é transformada em série de itens.
— Há regiões com redução de até 10% no volume captado. São aquela que dependem mais diretamente da pastagem. Outras têm queda menor, de 4% — pontua Alexandre Guerra, presidente do Sindilat-RS.
A diminuição ocorre pela combinação de altas temperaturas e falta de chuva. O tempo quente provoca desconforto nos animais, afetando a capacidade de produção de leite. Além disso, a falta de umidade provoca danos às pastagens e às lavouras de milho para silagem, que servem de alimento para o gado. A regularização da chuva permite a recuperação das pastagens. No caso da silagem, no entanto, além da redução no volume produzido, há perda de qualidade nutricional. Na prática, deverá fazer com que o pecuarista precise usar suplementos, o que amplia custos.
As condições trazidas pela estiagem se somam a um período do ano em que o Estado tradicionalmente tem redução de oferta por conta do período de entressafra, que começa em janeiro. Os meses de março e abril são os de menor produção no Rio Grande do Sul.
—Todos os anos, nesse período, acaba subindo o preço do leite. Dependerá muito da lei da oferta e da procura. Mas a tendência é de que haja reflexo — observa Guerra.
O Sindilat-RS estima que as perdas devem ficar no atual nível. Se a chuva não vier, no entanto, poderão ser ampliadas.
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