Gisele Loeblein

Gisele Loeblein

Jornalista formada pela UFRGS, trabalha há 20 anos no Grupo RBS e, desde 2013, assina a coluna Campo e Lavoura, em Zero Hora. Faz também comentários diários na Rádio Gaúcha e na RBS TV.

Tambos mais vazios

Estiagem reduz 8% das entregas de leite a indústrias no RS

Recuo de 1 milhão de litros por dia reforça tendência de alta nos preços trazida pelo período de entressafra

Gisele Loeblein

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Carolina Jardine / Divulgação
Produção diária no Rio Grande do Sul é de cerca de 12 milhões de litros de leite, volume agora afetado pela falta de chuva

A falta de chuva no Rio Grande do Sul já impacta a produção de alimentos. Levantamento feito pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat-RS) mostra que, nos primeiros dias de janeiro, houve recuo de cerca de 8% na média do volume captado nas propriedades rurais. Isso significa 1 milhão de litros de leite a menos chegando às unidades de processamento, onde a a matéria-prima é transformada em série de itens. 

— Há regiões com redução de até 10% no volume captado. São aquela que dependem mais diretamente da pastagem. Outras têm queda menor, de 4% — pontua Alexandre Guerra, presidente do Sindilat-RS.

A diminuição ocorre pela combinação de altas temperaturas e falta de chuva. O tempo quente provoca desconforto nos animais, afetando a capacidade de produção de leite. Além disso, a falta de umidade provoca danos às pastagens e às lavouras de milho para silagem, que servem de alimento para o gado. A regularização da chuva permite a recuperação das pastagens. No caso da silagem, no entanto, além da redução no volume produzido, há perda de qualidade nutricional. Na prática, deverá fazer com que o pecuarista precise usar suplementos, o que amplia custos. 

As condições trazidas pela estiagem se somam a um período do ano em que o Estado tradicionalmente tem redução de oferta por conta do período de entressafra, que começa em janeiro. Os meses de  março e abril são os de menor produção no Rio Grande do Sul.

—Todos os anos, nesse período, acaba subindo o preço do leite. Dependerá muito da lei da oferta e da procura. Mas a tendência é de que haja reflexo — observa Guerra.

O Sindilat-RS estima que as perdas devem ficar no atual nível. Se a chuva não vier, no entanto, poderão ser ampliadas. 

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