A falta de chuva e o calor excessivo também afetam a pecuária. Na atividade leiteira, um dos problemas são as perdas no milho destinado à silagem, usada na alimentação do rebanho. A Associação dos Produtores de Gado Holandês (Gadolando) tem recebido relatos de prejuízos e alerta que o efeito será sentido nos próximos dois anos.
— A má alimentação terá consequências no futuro. Muitos produtores que estavam se reorganizando, ajustando as matrizes, terão de mudar o rumo de seus investimentos para a compra de alimentação de qualidade — observa Marcos Tang, presidente da Gadolando.
O dirigente lembra que a produção de silagem serve para formar estoque de um ano a um ano e meio e que não há cobertura de seguro para esse produto. Como alternativa, alguns produtores deverão se propor a fazer uma safrinha de milho, caso a chuva retorne. Levantamento da Emater sobre perdas apontava redução na produção de leite de 10% na regional de Caxias do Sul e de 20% na de Porto Alegre.
Da mesma forma, a falta de umidade reduz oferta e qualidade das pastagens que servem para alimentar o gado de corte.
— Novilhas e vacas de primeira cria sofrem com a alimentação insuficiente. As mães perdem a condição corporal e isso tem reflexo no terneiro que amamentam e na taxa de repetição de cria — explica Lucas Hax, médico veterinário e diretor técnico da Associação Brasileira de Criadores de Devon.
Podem haver ainda efeitos à saúde do animal, em razão da pouca disponibilidade de água e do excesso de calor.
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