Gisele Loeblein

Gisele Loeblein

Jornalista formada pela UFRGS, trabalha há 20 anos no Grupo RBS e, desde 2013, assina a coluna Campo e Lavoura, em Zero Hora. Faz também comentários diários na Rádio Gaúcha e na RBS TV.

Repactuação das dívidas
Notícia

Por que a mobilização de produtores sai diferente da Expodireto

Há consenso entre o setor produtivo sobre o que e como buscar uma solução para o passivo acumulado por intempéries

Gisele Loeblein

Direto de Não-Me-Toque (RS)

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Fetag-RS / Divulgação
O auditório central lotado e o grande público que acompanhou do lado de fora a audiência pública do Senado, na sexta-feira (14), no último dia da Expodireto, mostram o tamanho da preocupação e a urgência na definição.

Há um antes e um depois da Expodireto Cotrijal na mobilização para uma repactuação das dívidas de produtores gaúchos afetados pelos problemas climáticos. Foi nos corredores da feira, que terminou com um debate sobre securitização e mudanças no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que se firmou um consenso sobre o que e como buscar uma solução para o passivo acumulado por intempéries. 

Em outras palavras, há uma unidade do setor quanto à solicitação ao governo federal para resolver a questão e de que forma é possível concretizar a solução. E essa direção única é o que pode fazer a coisa avançar. 

O auditório central lotado e o grande público que acompanhou do lado de fora a audiência pública do Senado, na sexta-feira (14), no último dia da Expodireto, mostram o tamanho da preocupação e a urgência na definição. A ferramenta buscada é a da securitização, proposta em dois projetos de lei. Um protocolado no Senado por Luís Carlos Heinze e outro, na Câmara, pelo deputado federal Pedro Westphalen. 

O recurso já foi utilizado no passado e significa reunir todos os débitos, acumulados após quatro estiagens e uma enchente, em contrato único, com prazo alongado para pagamento e período de carência. 

Economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Antônio da Luz garante que há uma forma de viabilizar a medida sem onerar os cofres públicos, mas os detalhes ainda não são divulgados

A pressa na definição tem a ver como calendário das contas e o da safra. Se ficar inadimplente, o produtor fica sem acesso ao crédito oficial. Na prática, isso pode representar mais endividamento ou até mesmo a desistência da atividade, garantem representantes do setor.

A coesão no pedido tende a ter resultados mais assertivos. Exemplos da história recente da própria feira mostram isso. Foi com a pressão vinda do asfalto do norte do Estado, com direito a tratoraço dos produtores, que se avançou no processo para a liberação do plantio  dos transgênicos no Brasil, no início dos anos 2000.

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