
Na busca pela renegociação do passivo acumulado pela sequência de problemas climáticos no Rio Grande do Sul, a informação precisa é crucial. Além do valor, o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Antônio da Luz, entende que é preciso conhecer o perfil dessa dívida. São questões como valor, mas também a fonte desses recursos, quanto do débito é de linhas para fazer a atual safra, quanto é das renegociações, quanto está fora do sistema oficial, entre outros itens.
Esses dados estão sendo levantados com os produtores para que possam embasar as negociações que estão em curso.
— Precisamos entender, muito mais do que o montante, o perfil da dívida — reforçou Da Luz, um dos painelistas do Campo em Debate na Expodireto Cotrijal, que teve como tema As Consequências da Estiagem no Rio Grande do Sul.

Mapeamento apresentado pela Farsul mostra que, entre 2020 e 2024, o Estado "perdeu" para a estiagem R$ 319,1 bilhões. Nessa conta, ainda não entram os estragos deixados pela falta de chuva no atual ciclo. O cálculo será feito após a "última máquina" finalizar a colheita.
— Estamos falando da chuva, mas também do calor escaldante — frisou Ireneu Orth, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS).
Dois projetos de lei para a securitização foram protocolados no Congresso: um no Senado, de autoria de Luis Carlos Heinze, e outro na Câmara, do deputado Pedro Westhpalen. Entidades representativas dos agricultores estão mobilizadas — e nesta sexta organizam um ato no parque da exposição.
A solução para o endividamento, avaliam os representantes do setor, precisa chegar com celeridade. Fabrício Rosa, diretor-executivo da Aprosoja nacional, relata que o ambiente, no Legislativo, em Brasília, é favorável para essa renegociação. A observação tem como base o trabalho de interlocução com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
— A atividade econômica não é do agricultor, é da sociedade gaúcha. Se não resolvermos o problema do endividamento, não resolvemos o impacto disso no meio urbano. Estamos falando de crescer ou não no RS — reforçou o economista-chefe da Farsul.