A falta de chuva registrada no Rio Grande do Sul é um amargo lembrete de que sempre é melhor prevenir do que remediar. O Estado tem histórico de escassez hídrica e, por conta disso, deveria estar em preparação permanente para reduzir os impactos da estiagem. Condição climática é um risco inerente à atividade e, como tal, exige planejamento para mitigar prejuízos em tempos de dificuldade. A irrigação é um dos instrumentos possíveis. Depois de sete anos de safras cheias, o debate volta à tona por conta dos problemas causados pela falta de umidade.
— Temos a confirmação de que a irrigação tem de ser prioridade perseguida por todos os governos — afirmou o secretário em exercício da Agricultura, Luiz Fernando Rodriguez Júnior.
Possivelmente a cultura mais afetada no atual ciclo, o milho deverá ser objeto de programa a ser lançado no próximo mês em Chiapetta, no Noroeste, na abertura oficial da colheita. Um dos pontos-chave será a questão da irrigação. Segundo o secretário, a meta é dobrar a área do grão com uso do sistema, chegando a um terço — hoje é de cerca de 15%.
Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Gedeão Pereira, é oportuno falar sobre irrigação. Ele avalia que houve evolução desde 2012, quando ocorreu a última estiagem de impacto. Logo após, foi lançado o programa Mais Água, Mais Renda, com objetivo de ampliar a área irrigada. A sucessão de boas safras, no entanto, puxadas por ausência de problemas climáticos significativos acabou fazendo com que o tema ficasse em segundo plano.
O dirigente avalia que várias razões ajudam a explicar por que a irrigação não deslanchou. Falta de energia de qualidade e com custo mais acessível, de agilidade na licença ambiental, necessidade de investimentos para reservar água, além de financiamentos estão na lista. Ainda que não seja classificada como calamidade, a estiagem de agora deverá colocar o debate de volta à mesa.
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