A valorização de grãos e de carnes nos últimos quatro meses do ano também será fundamental para o faturamento das cooperativas agropecuárias do Estado. A projeção da federação que as representa, a Fecoagro-RS, é de que o resultado de 2019 seja de cerca de R$ 25 bilhões. A cifra representa estabilidade em relação a 2018. Mas o cenário positivo para a proteína animal, neste momento, poderá até levar a leve crescimento. Seria uma virada do desempenho, que até setembro vinha registrando recuo entre 6% e 7%.
— Nos últimos três meses, houve valorização desses produtos. Vivemos excelente momento que nos remete a excelentes perspectivas para 2020 – avalia Paulo Pires, presidente da Fecoagro-RS.
Levantamento do economista da entidade, Tarcísio Minetto, mostra que nos últimos 12 meses o valor da soja, em reais, ficou 8,89% maior. No milho, a alta é de 12,39%. E no trigo, 8%. Custos com fertilizantes registraram queda mais para o final do ano, favorecendo quem deixou para comprar mais tarde.
— Aumentou a perspectiva de rentabilidade de milho e soja em relação ao início do ciclo — observa o economista.
Em relação ao ano passado, no entanto, os gastos com as lavouras ainda são 5% maiores. Para 2020, a estimativa é de que os preços se mantenham positivos, alimentando estimativa de que as cooperativas agropecuárias possam crescer até 7%. E para este ano, mesmo a manutenção dos números é considerada positiva. É que a base de comparação é elevada.
Em 2018, as cooperativas do setor cresceram na casa de dois dígitos: 25,23%. Performance embalada pelo volume expressivo de soja vendido.
— Até o ano passado, grãos tinham crescimento maior do que as proteínas. Agora, isso poderá se inverter — observa o presidente da Fecoagro.
As projeções otimistas para o próximo ano dependem, claro, de fatores como o clima. Desde 2012 o Rio Grande do Sul não registra grande frustração de safra na produção de verão. Há a variação cambial, que tem ajudado a valorizar os grãos em reais. E os custos, sempre uma preocupação para quem tem essa indústria a céu aberto.
No radar, ainda, a concretização de acordo que coloque fim à guerra comercial entre China e Estados Unidos, com possíveis impactos para o agronegócio brasileiro.
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