Depois da valorização da carne, o arroz será o próximo item a mudar de faixa de preços. As novas medidas virão para o produtor e para o consumidor. Essa é a projeção da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz-RS), feita com base no cenário do próximo ano. Fatores como exportação em alta, conquista de novos mercados, variação cambial, diminuição da área cultivada no Mercosul, redução da safra no Brasil e aumento do consumo no país são apontados como razões.
O Brasil deve fechar o ano comercial de 2019 (que vai de março deste ano a fevereiro de 2020), com embarques na casa de 1,2 milhão de toneladas, acima do projetado inicialmente. Embora seja menor do que no período anterior, quando as exportações atingiram a segunda melhor marca da história, tem peso importante no momento em que a safra ficará menor. Soma-se a isso o reduzido estoque de passagem. E a expectativa de aumento de 2,9% no consumo do cereal pelos brasileiros em 2020.
Fora de casa, a conquista de novos mercados está no radar. O México, para onde o Brasil vendeu 11 contêineres de produto beneficiado pela primeira vez e para onde deve despachar novo volume em janeiro, é uma aposta. Principalmente porque houve recuo na produção dos Estados Unidos, hoje principal fornecedor dos mexicanos.
Há ainda outra ajuda, de forma indireta. A China diminuirá a produção em 2% e a Índia em 1% em 2020. E deverão exportar menos para países tradicionalmente atendidos por eles, abrindo oportunidade para o cereal brasileiro.
O arroz passará a ter outro patamar de preço na gôndola. Hoje, é muito barato. Representa R$ 0,12 em uma refeição.
ALEXANDRE VELHO
Presidente da Federarroz-RS
— O arroz passará a ter outro patamar de preço na gôndola. Hoje, é muito barato. Representa R$ 0,12 em uma refeição — observa Alexandre Velho, presidente da Federarroz-RS.
A alta é estimada entre 10% e 20%. Ainda assim, pondera o dirigente, não deve representar grande impacto. Considerando a média de consumo per capita no Brasil e o preço de cerca de R$ 2 o quilo, o gasto mensal hoje fica em R$ 5,67. Se ficasse 20% mais caro, ampliaria a conta para R$6,80.
Para o produtor, o valor da saca precisa ficar acima de R$ 50 para garantir renda ao produtor. Que aliás, acumula prejuízos nas últimas safras, por problemas climáticos e de mercado. Não há, no entanto, risco de desabastecimento do produto no mercado interno.
— Vamos continuar sendo protagonistas na produção de arroz. Apesar da redução de área, o Rio Grande do Sul continuará respondendo por mais da metade do volume no país — reforça Velho.
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