O alerta vem da entidade que representa produtores, mas no varejo a previsão já aparece nos números: o arroz ficará mais caro para o consumidor final. Acompanhamento feito pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), mostra que o valor do quilo na terceira semana de outubro representa leve alta de 0,63% sobre a semana anterior. Em relação à média de setembro, cresceu 3,22%.
— Já teve aumento neste mês. E haveria necessidade de ajuste, de realinhar, não só no arroz, mas em outros itens, como a farinha de trigo. Mas não tem espaço, o consumidor não está disposto a pagar mais. Se o produto ficar mais caro, o consumidor migra — afirma Antonio Cesa Longo, presidente da Agas.
Para o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz), Alexandre Velho, a percepção vem de cenário atual. Houve redução na última safra do cereal, o desempenho das exportações tem sido positivo e o consumo tem se mantido estável. Isso se traduzirá, acrescenta, em escassez do produto:
— As promoções no arroz estão com os dias contados.
Diretor-executivo do Sindicato da Indústria do Arroz do Estado (Sindarroz), Tiago Barata confirma que a disponibilidade do produto é ajustada, com estoques menores em razão da combinação dos fatores mencionados por Velho. E acrescenta que as perspectivas em relação à safra que está sendo semeada — e que deverá ter área menor — é outro fator a ser considerado neste momento. O executivo não vê, no entanto, risco de desabastecimento do produto.
— O problema todo é que o custo do arroz aumentou mais do que o preço. O negócio do arroz vem sendo desinteressante ao setor produtivo e industrial — pondera Barata.
Dados mostram que o volume de arroz beneficiado no Estado cresceu 10,1% de agosto para setembro, mas caiu 6,6% no acumulado do ano comercial 2019 — que começa em março — na comparação com igual período de 2018.
Outro item a ser considerar na equação de preços é que a janela de outubro a janeiro concentra a entressafra, quando normalmente a oferta fica menor.
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