No ano em que o Rio Grande do Sul teve um tímido crescimento de 1,2%, as cooperativas gaúchas encerraram com avanço na casa dos dois dígitos. O faturamento nos 13 ramos de atuação em 2018 foi de R$ 48,2 bilhões, aumento de 12,13% na comparação com 2017. Resultado esse compartilhado com os associados. O desempenho permitiu que as sobras — valor dividido ou reinvestido — alcançassem R$2,1 bilhões, quantia 18,49% maior.
Os resultados foram apresentados pelo presidente do Sistema Ocergs/Sescoop, Vergílio Perius. Ele reforçou que, além do resultado econômico positivo, há os benefícios estendidos às comunidades onde as cooperativas estão instaladas.
O ramo agropecuário continua representando a maior fatia desse resultado. Somou R$ 31,7 bilhões, avanço de 19,22% sobre 2018. Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro), explica que vários fatores colaboraram para esse crescimento expressivo, mas teve um que pesou mais:
— Foi a venda de soja represada da safra anterior. Foi um ano realmente extraordinário.
Para 2019, esse cenário, no entanto, não deverá se repetir. A tendência, observa Pires, é de estabilização. Além das cotações menores, há o contexto local e o global a ser considerado.
Fatores como a demanda chinesa por soja brasileira — projetada para recuar em razão da peste suína africana —, a disputa comercial entre China e Estados Unidos, além das perdas estimadas para a safra americana são itens a serem considerados.
— Há 60 dias, o quadro de peste suína africana na China indicava perda de 12 milhões de toneladas nas exportações de soja brasileira. Nesse meio tempo, tivemos excesso de chuva nos Estados Unidos, com projeção de perda de até 50 milhões de toneladas de milho. Isso mudou a dinâmica da comercialização — reforça Pires.
Em crescimento percentual, o maior avanço, 23,9,%, foi nas cooperativas do ramo da infraestrutura, que somaram R$ 1,2 bilhão.