As cooperativas gaúchas fecharam o ano de 2017 com crescimento acima do registrado na economia do Rio Grande do Sul. O faturamento do setor – que no jargão cooperativo é chamado de ingresso – chegou a R$ 43 bilhões, alta de 4,3% em relação ao ano de 2016, nos 13 segmentos de atuação. Mais uma vez, a maior parcela desse resultado veio do ramo agropecuário, que somou R$ 26,6 bilhões. Os dados foram divulgados durante o Tá Na Mesa, da Federasul, nesta quarta (4).
Mas o que chama a atenção é outra cifra: a dos resultados distribuídos entre os associados (as chamadas sobras), que cresceu 21,97%. Ou seja, o lucro avançou em patamar bem maior do que o do faturamento (veja gráfico). Para o presidente do Sistema Ocergs/Sescoop-RS, Vergílio Perius, a explicação para isso está na gestão:
– O setor foi bem administrado, bem gerido. Houve uma melhor administração, redução de custos.
Outro dado positivo é o da geração de empregos e dos salários. O valor médio pago pelas cooperativas, de R$ 2.171,00 foi 20% maior do que a remuneração média dos trabalhadores no setor privado.
Nas cooperativas do agronegócio, os custos em alta são apontados como explicação para que as sobras fossem inferiores às de 2016.
– Em 2017, houve retenção grande na comercialização de soja. O estoque de transição, para este ano, foi de 2 milhões de toneladas. Esse fator também freou o crescimento das cooperativas do agro – observa Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro-RS).
O dirigente prevê dificuldades para este ano, em razão de situações como o impasse criado pela solução adotada para acabar com a greve dos caminhoneiros.